“Fiquei fascinado por este jogo e por brincadeira decidi experimentar”

Entrevista a Eduardo Salazar, atleta e treinador de minigolfe.

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Eduardo-Salazar
©Eduardo Salazar

Experimentou minigolfe por brincadeira, depois de assistir a um Campeonato da Europa, e hoje é um dos atletas nacionais mais conceituados, muitas vezes internacional, tendo sido já treinador principal de várias seleções.

Eduardo Salazar, que será treinador da equipa portuguesa no Campeonato Europeu de Minigolfe, em Vizela, aceitou o nosso convite para nos falar um pouco da sua ligação a esta modalidade e nos contar quais as suas expetativas para este Europeu de Minigolfe.

Sabemos que é um jogador com uma longa experiência, muitas vezes internacional. Qual a melhor recordação/momento que guarda da sua carreira como jogador?

Para começar esta nossa conversa devo de confessar que eu e mais um grande senhor do minigolfe Sr. Costa e Silva somos os atletas mais antigos que praticam esta maravilhosa modalidade.
Felizmente ao longo da minha carreira de minigolfista quer como jogador quer ainda como treinador, tenho tido grandes momentos e guardo também muito boas recordações.
Recordando alguns:
Foram os meus 11 títulos individuais de campeão nacional (6 H mais 5 como SEN).
Vários títulos coletivos pelo meu clube. (Houve um dos muitos que venci que teve um especial sabor).
Um 7º lugar num campeonato Europeu em Itália no ano de 1977.
Como treinador uma Nations Cup no Porto em 2012 em que obtivemos um 3º lugar, e recentemente o título do Fábio Lima de campeão Europeu de Sub23.
Mas a minha maior alegria foi a conquista de um campeonato nacional pela minha filha Cláudia Salazar.

O que levou a iniciar-se nesta modalidade? Ainda se lembra onde, e quando, foi a primeira vez que jogou minigolfe?

Se a memória não me atraiçoa foi no ano de 1970/1 no minigolfe da Foz, era eu um jovem. Depois de assistir a um Campeonato da Europa que se realizou simultaneamente no Porto e em Vizela, penso que no ano de 1969, e no qual jogaram alguns amigos meus, fiquei fascinado por este jogo e por brincadeira decidi experimentar, juntamente com a minha namorada da altura, hoje minha esposa. A experiência foi tão boa que não mais deixei de jogar até aos dias de hoje.

Já foi treinador de várias seleções, inclusive na passada Nations Cup, que se realizou este ano em Vizela. Como é que aconteceu esta passagem de atleta para treinador?

Não há passagem nenhuma, contínuo a ser jogador e às vezes desempenho as funções de treinador, quando para tal sou solicitado. Ambas as situações são perfeitamente compatíveis. Talvez esta história de treinador tenha começado de forma oficial, quando fui um dos  formadores do 1º e 2º curso de treinadores de minigolfe que se realizou em Portugal.

Qual o ano e seleção que mais o marcaram enquanto treinador da seleção nacional?

Isto de datas para mim às vezes é complicado. Como já aqui referi foi uma N.C. no Porto, em 2012, em que a nossa seleção consegui um brilhante 3º lugar. Mais recentemente a conquista do título Europeu de Sub23 pelo Fábio Lima. Mas a mais marcante para mim foi sem dúvida alguma a seleção de juniores que no ano 2000 disputou em Lamego o campeonato Europeu onde penso que foram criados alguns conceitos de treino que funcionaram muito bem e que ainda hoje têm aplicabilidade, e pela camaradagem e apoio que existiu a todos os níveis para mim foi e será inesquecível.

Que qualidades mais aprecia num atleta? O que acha ser necessário para poder vingar nesta modalidade?

Antes de tudo será necessário o atleta ser dotado de habilidade natural, sem tal para mim não é possível ter um bom desempenho. Depois o treino bem como a persistência do mesmo, para ter o domínio de todas as vertentes técnicas do jogo. Obviamente que o gosto/paixão por este desporto é essencial.
O controlo emocional, é depois da técnica, o factor que vai fazer toda a diferença entre um bom jogador e um excelente jogador.

Maio começou da melhor forma possível, com a primeira vitória de um atleta português numa prova internacional. Tem acompanhado o percurso do atleta Fábio Lima? Qual a sua opinião sobre este jovem atleta português?

Sim tive o privilégio de fazer parte da equipa técnica que esteve no campeonato de Sub23 da Europa e foi uma enorme alegria ver o Fábio conquistar este título. Foi muito grande, e só quem anda nisto há muito tempo é que pode avaliar o efeito desta conquista. Foi quase surreal. Foi fantástico!

Tributo Fábio Lima
Fábio Lima, campeão Europeu de Minigolfe Sub-23.

Como vê o futuro desta modalidade em Portugal? Reconhece qualidades nos jovens que se vão iniciando no minigolfe?

Depois da tempestade vem a bonança.
Quero dizer com isto, que depois de um estagnar da modalidade durante algum anos, apesar dos vários esforços desenvolvidos para integração do minigolfe no Desporto Escolar, vejo neste momento um aparecimento de novos atletas, não em grande quantidade mas sim em qualidade, fruto do trabalho desenvolvido por alguns clubes. Continuo a considerar importante no desenvolvimento destes jovens, o conjunto de jogadores de grande nível que existe neste momento no nosso país.

Este ano será treinador da seleção portuguesa no Campeonato Europeu. Quais são as suas expectativas? Confiante numa vitória portuguesa?

Sim sou um dos treinadores que pertencem a esta equipa técnica ,estou bastante otimista quanto à obtenção de um bom resultado quer a nível de equipas quer mesmo a nível individual, temos valor para isso, para que esta prova decorra de feição, apesar de conhecermos bem as nossas limitações. Esta equipa tem muita qualidade, apesar da ausência de última hora de alguns jogadores importantes, mas com a certeza de que quem vai entrar a substituir os que faltam estará à altura e saberá responder com empenho e dedicação.

Minigolfe-de-Vizela
Vizela recebe o Campeonato Europeu de Minigolfe de 24 a 27 de agosto.

Para terminar, o que diria aos jovens que pretendem iniciar-se nesta modalidade?

Em primeiro lugar gostar do minigolfe. Basicamente e resumidamente em meu entender e mesmo numa fase inicial deste processo, a aprendizagem passa por três momentos essenciais:

  • aprender uma boa posição do corpo para a tacada;
  • ganhar direcção;
  • treinar a força.

São em minha opinião as condições básicas p/ se ter sucesso. E depois é tudo uma questão de treino, e mais treino…

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